Homem-Formiga estreou e vem para somar e muito em carisma no já seleto time de heróis do universo cinematográfico da Marvel. Aliás, vale frisar que a Marvel sabe muito bem controlar e expandir este Universo. Homem-Formiga é mais um filme que está totalmente integrado a tudo que o estúdio planejou, desenvolveu e está desenvolvendo.
O novo longa que foi idealizado inicialmente pelo diretor Edgar Right, que deixou o projeto ainda na pré produção, foi entregue nas sabias mãos e confiança do diretor Peyton Reed, que trouxe acertadamente às telonas a história do segundo Homem-Formiga, Scott Lang, e não do criador da tecnologia do traje, Hank Pynn.
A história de Scott Lang tem realmente um apelo infinitamente maior para um filme. Separado de seu casamento e devido ao tempo que passou preso, ele acaba se distanciando de sua filha, e os motivos pelo qual Scott age como criminoso acabam criando uma empatia maior com o público. Tudo bem que nas HQs os motivos se tornam ainda maiores e mais justificáveis pelo fato de a menininha ter uma doença e o tratamento para a cura ser extremamente caro, além das dificuldades financeiras do personagem, ponto este que não foi colocado no longa. Mas, mesmo assim, o personagem tem um motivo humano para fazer o que fez e querer a redenção desta vida e se tornar um herói aos olhos da filha.
Quando tudo parecia improvável, surge o Hank Pynn, oferecendo-lhe uma chance de ser algo mais, algo maior, ou menor, dependendo do ponto de vista não é? Michael Douglas, por si só, é um excelente ator e soube criar seu Hank Pynn mais velho e amargurado mas ainda assim com as características do personagem que conhecemos das páginas das HQs: arrogante, prepotente, mas ainda assim humano.
O Homem-Formiga de Paul Rudd tem tudo que um herói carismático precisa. Méritos do ator que soube dar o tom preciso ao personagem, que gera excelentes momentos e uma enorme empatia do público, que se importa com ele que quer vê-lo ter a sua segunda chance e quer vê-lo conseguir dar a tão almejada volta por cima e ser para sua filha o pai e herói que ela quer, precisa e merece.
Evangeline Lilly está muito bem como Hope, a filha que vive querendo e tentando obter mais admiração e respeito do seu pai, Hank Pynn. E Pynn tem os seus motivos para, tentar, da forma dele, dizer e demonstrar isso. E como já disse, Michael Douglas, faz um excelente trabalho como Pynn.
O vilão do longa é o CEO das Indústrias Pynn e ex-pupilo de Hank, Darren Cross, vivido pelo ator Corey Stoll. Em termos de uma real motivação para fazer o que fez e se tornar uma ameaça real e eminente, não foi das melhores, pois só ter sido excluído e meio que deixado de lado, por uma espécie de birrinha com o cientista Pynn, seria uma motivação forte para ele se transformar assim, coisa de criança mimadinha. Mas, isso não consegue estragar o filme, e a escolha de colocá-lo como o Jaqueta Amarela acaba fazendo sentido somente por ter alguém de real e igual poder ao Homem-Formiga, para enfrentar em batalhas bem maneiras, alterando horas em tamanho real e horas em tamanho reduzido, proporcionando cenas de ação maneiríssimas e outras hilárias brincando com as proporções.
Impossível deixar de lado os personagens secundários. Eles estão muito bem colocados no filme e são um contraponto cômico. Os ajudantes e equipe de Scott Lang trazem piadas bem sacadas e situações cômicas excelentes e sem exageros. Assim como o Guardiões da Galáxia, o Homem-Formiga tem seu ritimo maestralmente bem ensaiado, leve e divertido, sem deixar de lado o principal, contar uma história.
Sem sombra de dúvidas, Homem-Formiga, é sim, um novo herói a ser visto com outros olhos. A Marvel, mais uma vez, sabe pegar um de seus heróis de menor apelo e menos conhecido do grande público e fazer você sair do cinema curtindo o personagem e querendo ver mais de Homem-Formiga no seu Universo Cinematográfico. Vale o ingresso, vale a ida ao cinema e vale até ter uma action figure do herói diminuto. Homem-Formiga chega com um filme tão blockbuster quanto os seus companheiros de Marvel Studios.
