Há alguns meses atrás, a Rússia apresentou ao mundo um grupo de super-heróis intitulados Os Guardiões. Ao melhor estilo Vingadores, equipe de heróis russos ganhou um trailer curioso e interessante, acompanhado de muitas dúvidas. O filme seria bem recebido pelo resto do mundo? O filme seria exibido em salas de cinema pelo mundo ou iria direto para DVD ou algum serviço de streaming? Mas, contrariando as apostas, Os Guardiões chega aos cinemas brasileiros e o Classe Nerd esteve lá para conferir de perto este novo filme de heróis!

Então, vamos começar este Do Front, analisando Os Guardiões fazendo, não comparações, mas sim, analogias com o já conhecido universo Nerd dos heróis no cinema!

No filme, que tem sua trama originada inicialmente em plena Guerra Fria, onde uma organização secreta conhecida como Patriotas (o equivalente a conhecida SHIELD do universo Marvel), recrutou e alterou geneticamente um grupo de 4 indivíduos – Arsus, Khan, Ler e Xenia – para aprimorá-los e transformá-los em um super grupo de heróis para defender o país de qualquer ameaça. O projeto é ameaçado e desfeito depois que os interesses obscuros de um dos cientistas participante coloca tudo a perder. E, em meio a tentativa de se livrar da prisão e da corte marcial, ele provoca uma imensa explosão que acaba por modificá-lo, adquirindo habilidades poderosas e extraordinárias, o transformando em uma das maiores ameaças.

Em Os Guardiões, a história, que em geral poderia ser bem mais interessante pela premissa, se mostra bem rasa sem aprofundar e desenvolver de forma realmente interessante os personagens do longa. Aliado a isso, a mão do diretor Sarik Andreasyan (O Último Golpe) parece por vezes perdida e sem inspiração, parecendo ao espectador que estamos assistindo a uma cutscene de um jogo de vídeo game -mas não dos grandes estúdios de games.

A dublagem americana do filme, pois para ter uma maior aceitação no mercado mundial, o filme recebeu uma dublagem made in USA. A dublagem parece não ajudar muito, pois, como a comparação que fiz com as introduções de games, a dublagem só aumenta esta sensação.

O desenvolvimento dos personagens que poderia ser melhor trabalhado e apresentado. No filme cada personagem tem um momento de revelação de seu passado. Porém, não era necessário, literalmente, PARAR de forma totalmente IGUAL para todos. Além disso, foi desnecessário ter a Major Elena Larina, Líder dos Patriotas e interpretada por Valeriya Shkirando, servindo como a ouvinte “pscicóloga” do grupo!

Cabe ainda dizer que muitas falas clichês em certos momentos que acabam sendo hilários, atrelados a interpretações caricatas e, por vezes, canastríssimas, ajudam a experiência ficar ainda mais fora do clima que o filme se propusera.

A trilha sonora é outro ponto em que a montagem ajuda a corroborar esta sensação de algo fora e descompassado. Em momentos fica extremamente evidente a falta de uma boa edição que deixasse as mudanças de clima bem fluidas e naturais, e não marcadas e caricatas como acabou se tornando o produto final! Destaque para os momentos em que a história, literalmente, PARA para falar do passado e a trilha sonora ser a MESMA para todos os integrantes!

Agora, um dos pontos altos do longa foi, sem dúvida, a excelente computação gráfica, que, mesmo em momentos se tornando destoante da cena, em sua maioria funciona e atende muito bem, deixando pouquíssimo a dever a algumas produções de orçamentos muito maiores em Hollywood.

Os Guardiões está longe de ser o filme de heróis nos moldes que já nos acostumamos a ir assistir nos cinemas. Mas é algo literalmente novo e com uma produção nova fora do âmbito hollywoodiano que domina o mercado, e que, nas mãos certas e com a direção certa, pode encontrar seu caminho e no futuro surgir coisas interessantes.

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