Como pode um filme de terror te assustar e fazer rir ao mesmo tempo? É isso que IT – A Coisa proporciona.

A nova adaptação da obra do mestre do terror Stephen king, sob a direção de Andy Muschetti, consegue adaptar de forma bastante fiel o livro do autor. Além disso, consegue ser um longa que não se prende  a ser um único gênero, contrapondo de forma magistral momentos de aventura, com tensos e fortes momentos de terror. Também são muito bem inseridos momentos de alivio cômico, que fazem esta obra ser tão boa de assistir, que você quer continuar imerso naquele conto.

O novo filme ganha assim, um contorno de aventura, que lembra bastante os filmes da época em que ele se passa 1989. Dá para perceber várias homenagens a diversos clássicos como Conta Comigo, Os Goonies, Os Garotos Perdidos, O Clube dos Cinco entre outros. Até uma menção a uma atriz daquele tempo é feita e testa a idade dos espectadores. Se alguém na sua sessão rir com o nome Molly Ringwald, saiba que essa pessoa viveu uma boa época. Mesmo assim, com esta perfeita mistura, fica longe de ser algo leve. Além de todo senso de terror causado pelos desaparecimentos e mortes de crianças, causadas pela criatura Pennywise, ele ainda pontua temas pesados como bullying , depressão, perda, luto, abuso, preconceitos e vícios.

Na trama do novo longa, que se distancia um pouco do seu antecessor de 1990, acompanhamos o grupo de 7 crianças conhecidas como, “Clube dos Perdedores”, em uma pequena cidade (Derry, no Maine) que deparam- se com o inicio de uma série  de desaparecimento de crianças, iniciadas por George, irmão calcula de Bill, o protagonista, que acaba levando o grupo, seguir e investigar os ocorridos.

O filme usa bastante do tempo do 1º, e parte do 2º ato para fazer o espectador não só conhecer, mas entender e se unir ao grupo de excluídos que dividem, além das suas histórias, suas experiências e seus medos, mostrando cada parte desta jornada dos personagens e fazendo o espectador criar fortes laços e empatia com cada um dos membros do “Clube dos Perdedores”. Um Acerto e tanto na narrativa da nova versão.

Este ponto do roteiro em desenvolver os personagens é fortalecido, e muito bem, pelo excelente grupo de atores mirins, que realmente dá vida a cada um deles, tendo boas atuações e distinguindo bem as características fortes de cada um, remetendo a nós, espectadores, lembranças de amigos de infância que com certeza todos tivemos e vamos conseguir visualizá-los em algum desses personagens.

Não podemos deixar de falar do PERFEITO trabalho do ator Bill Skarsgard, que nos presenteia com um novo, cheio de trejeitos macabros e muita e assustadora presença, Pennywise. Que sensação conflitante de nervoso e alegria em ver como este novo Palhaço do Mal nos é apresentado, pois ele realmente é excelente. Diria até que, se a DC esta a procura de um novo Coringa, deveria olhar um pouco da atuação magistral de Skarsgard.

O novo Pennywise de Bill, não tem seu passado desvendado, nem sua origem contada, nem o seu propósito macabro revelado, mas sim, sobram, momentos excelentes de terror e medo disparados por sua atuação e presença, com expressões demoníacas mascaradas pelo rosto “amigável” de um palhaço.

Outro ponto acertado em Pennywise, que foi revelado atualmente pelo diretor Andy Muschetti, foi a escolha de usar uma figura de um palhaço do século passado, que, ao meu ver, foi um toque perfeito para compor o visual macabro e assustador do personagem.

IT – A Coisa tem uma excelente nova versão, que é muito mais próxima dos aspectos do livro em que se baseia, mas consegue ir além, tornando uma história de um único gênero em algo que transcende e migra com leveza entre os filmes de aventuras com grupo de crianças, mistério, suspense e uma boa dose do mais acertado e bem pontuado terror.

IT – A Coisa conta com a direção de Andy Muschetti e com as atuações de Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Finn Wolfhard, Jack Dylan Grazer, Sophia Lillis, Jeremy Ray Taylor, Wyatt Oleff, Chosen Jacobs, dentre outros. O filme estreia 7 de setembro.

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