Eggsy, Harry, Merlin e companhia voltam detonando tudo em Kingsman: O Círculo Dourado.

Se você ainda não assistiu ao primeiro filme – Kingsman: O Serviço Secreto – saiba que existem duas versões: uma censurada e outra não. A não censurada, possui algumas cenas complicadas de serem aceitas pelo público, como a luta na igreja e uma piada final (a motivação que o herói precisava salvar o mundo) que dá todo sentido ao filme. E essa piada é repetida de outra forma, mas com o mesmo sentido nesse novo longa.

Parece que Kingsman foi criado para fazer uma extrapolação dos filmes de agente secreto elegante, como 007, e juntar com a cultura popular adolescente, formando uma química que funciona, pelo menos para mim, muito bem na tela. Cria-se um espetáculo visual pelo qual eu pago para ir ao cinema. Quando assisto esse tipo de obra, eu quero ver coisas impossíveis de serem feitas na vida vida real e cause aquela sensação de “que foda!”. E é isso que é entregue.

Taron Egerton (Eggsy/Galahad) e Mark Strong (Merlin) retomam a parceria nas telonas contra a vilã psicótica e cínica Poppy Adams, que é uma grande traficante de drogas que coloca uma substância em seu “produto” para que os viciados fiquem intoxicados e isso os leve à morte. Em troca do antídoto, ela exige que a guerra contra as drogas seja extinta e a legalização delas. Com essa exigência, acredito eu, que o maior vilão do filme surja e insere na história mais um problema para os protagonistas.

Após um grande evento, os Kingsman (braço Britâncio de uma grande agência secreta) são levados a pedir ajuda aos Statesman (braço Estadunidense dessa mesma organização). Se o lado inglês dessa agência é uma lente de aumento no arquétipo Britânico de ser (Elegância, pontualidade, educação), os Statesman são o mesmo para os Norte Americanos: o sotaque carregado texano, patriotismo exacerbado, roupas de cowboys e suas bebidas, estas que nomeiam seus integrantes (Tequila, Champagne, Whisky, etc).

A trilha sonora é um espetáculo à parte. Se no primeiro tivemos uma cena de ação mirabolante ao som de Free Bird (da banda Lynyrd Skynyrd – ô nome difícil de escrever e falar…) nesse temos várias cenas embaladas por músicas de enorme sucesso e um dos intérpretes de uma delas faz uma participação tão especial que quase rouba o filme. Uma pena não podermos falar para não estragar a surpresa.

Eu já mencionei que gosto muito do diretor J.J. Abrams para cenas que envolvem naves, pois ele consegue passar a sensação de peso e movimento delas. Já Matthew Vaughn (não tinha como deixar mais difícil para escrever não?) é o meu preferido em cenas de ação, pois o estilo de câmera que ele usa faz parecer que estamos ali no meio das lutas. Palmas também para a cena de abertura que mostrou uma perseguição sensacional de carros e um drift lindo de se ver.

Temos também a participação de Jeff Bridges (impagável como o Agente Champagne), Halle Berry (como a simpática Ginger Ale), Pedro Pascal (de Narcos, como Whisky. Ele rende boas cenas de ação) e Channing Tatum, que foi mal aproveitado, mas rendeu boas risadas em sua pequena participação. Uma curiosidade foi a caracterização do Presidente dos Estados Unidos (Bruce Greenwood). Repare nos diálogos entre ele e sua Chefe de Estado “Fox. Acredito que foi inserido uma crítica ao Presidente atual (Trump) e sua opositora “Fox News”. O nome da acessora dele não deve ter sido escolhido à toa.

Enfim, Kingsman é um filme bacana de assistir. Ele diverte, emociona, faz bater palma e, em uma determinada cena, constrange alguns puristas. Mas é isso a que o filme se propõe: ser uma versão absurda do filmes de agente secreto. Vilões com planos insanos, gadgets tecnológicos que fazem o impensável, perseguições com escapadas incríveis e um toque da cultura popular. Algo para você sentar na cadeira, ligar o “foda-se” e apenas curtir o show.

Kingsman faz parte de um mundo criado nos quadrinhos pelo escritor Mark Millar, que criou uma editora para abrigar suas criações. Entre elas O Procurado (Wanted, que já ganhou um filme) Jupiter’s Legacy, Jupiter’s Circle, Super-Vilões (Supercrooks), Superior, Chrononauts, Nemesis e o mais conhecido Kick-Ass (ao final do segundo filme deste último é feita uma espécie de menção aos filmes já feitos nesse universo e abre as portas para interligar suas histórias no cinema). Millar também escreveu excelentes arcos para DC e Marvel: Old Man Logan, Guerra Civil e o incrível Superman: Entre a Foice e o Martelo (Leia todos!!!).

Recentemente a Netflix comprou os direitos de adaptação de algumas dessas revistas para sua plataforma de streaming.

Kingsman: O Círculo Dourado tem direção de Matthew Vaughn e conta com a atuação de Taron Egerton, Colin Firth, Mark Strong, Julianne Moore, Channing Tatum, Jeff Bridges, Halle Berry, Edward Holcroft, Hanna Alström, Pedro Pascal e estreia dia 28 de setembro de 2017, no Brasil.

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