Quase 30 anos depois do lançamento da animação em 1992, Aladdin chega aos cinemas trazendo todo o encanto novamente.

De fato, todos já conhecem a história do pequeno jovem e humilde, que precisa roubar para se alimentar. Na época do lançamento da animação, a crítica chegou a defini-lo como inimitável, provavelmente está denominação possa se repetir para o live action.

Mesmo não tendo uma data estipulada, diante dos fatos e vestimentas podemos determinar que a história ocorre em uma data temporal mais antiga. Independente de datas, o enredo engloba fatos e ações que ainda fazem parte da nossa atualidade, como é o caso da princesa Jasmine. Desde a criação da personagem, era visível que Jasmine pensava sempre à frente do seu tempo. Aladdin traz ainda mais ativo, questões políticas. Se no desenho ela queria simplesmente casar com quem se apaixonar, no live action, ela quer ser Sultana e governar. Invasões a países com alianças também são mencionados.

Claramente a questões de raça e etnia ficam em alta e só o fato de uma história com protagonistas árabes já fala muito, assim como quando a história foi contada.

Grande parte do elenco também possui descendência vindo do oriente médio. Inclusive, elenco este que é mais que 50% da produção, já que praticamente todos entregam atuações brilhantes. Mena Massoud nosso Aladdin, só não é mais Aladdin por falta de espaço. Toda sua expressão corporal, trabalho nas cenas de fugas e ação são completamente louváveis. Toda a essência do menino criado nas ruas, mas que ajuda a todos que podem, está presente em cada olhar. Jasmine realmente é uma princesa. Naomi Scott cria uma ligação com toda a rainha que existe dentro de uma mulher. Não só nas cenas românticas, mas principalmente em grandes cenas de empoderamento feminino. A atriz também mostrou um alcance vocal incrível.

O vilão Jafar, não é somente vilão no enredo outrossim, um dos pontos fracos do longa. O fato é que não podemos culpar somente Marwan Kenzari pela atuação rasa.  O motivo do todo não funcionar, está também na escolha ruim, não existe química entre o mago tão conhecido e o ator. Por se tratar em um personagem chave, a mudança bruta visualmente, acabou afetando a personalidade de um grande vilão.

Mesmo não denominado dessa forma, Aladdin é um musical repleto de nostalgia. Tenho certeza que 90% das pessoas saberão cantar no mínimo uma das canções. Tão conhecida pelos fãs, “Um Mundo Ideal” na tradução literal, emociona a todos. O conjunto do visual da cena, os atores e música, totalmente inspirador e romântico. A direção de fotografia realizou um trabalho impecável. Muitos elementos não causam uma poluição visual e sim um frisson perante os olhos. Ângulos bem abertos te transporta de maneira mágica até cenários de tirar o fôlego. As referências ao cinema de Bollywood ficam muito presente em grandes cenas com muita dança e festas, para quem gosta do gênero é possível identificar várias outras referências.

Abu, Iago e Rajar também estão presentes e todos continuam tendo sua importância. O fato de Jafar ter sido um deslize também respingou no pássaro Iago, que tem sua veia cômica praticamente arrancada. Já Abu rouba suspiros fofos e gargalhadas em grandes momentos com Aladdin. O longa também conta com adição de história e personagens no enredo. De forma que você chega até se perguntar se eles já não existiam, porque fazem muito sentido.

A duração e os cortes, estão exaltando sempre o roteiro, afinal nada fica cansativo ou sem uma resposta. Vale dar destaque para as músicas inseridas para a princesa Jasmine, que trazem um frescor e muita força, não só para a personagem, mas também para o todo.

Você que está lendo essa crítica, deve estar sentindo falta de algo, certo? O melhor guardei para o final.

O Gênio, grande parte das crianças esperavam ansiosas para o gênio aparecer e fazer suas palhaçadas, isso não irá mudar. Will Smith está simplesmente genial (perdoem o trocadilho). Quando divulgado o trailer, grande parte do público ficou amedrontado, de um personagem tão icônico não está bem representado ou até mesmo o CGI de não está à altura. Como divulgado, algumas cenas foram refilmadas. Esse medo pode ser jogado de um penhasco pois, o personagem mais uma vez é a alma do enredo. Todo alívio cômico está centralizado no Gênio, porém, isso não tira toda a relevância e seriedade de atos. Will entrega uma alegria simplesmente contagiante desde a primeira cena até a última. Desde pequenas expressões até cenas com muita dança e aparatos, o ator consegue roubar a atenção e extrair aplausos.

Trailer Legendado

Aladdin chega para encantar, deixar todos os fãs nostálgicos e contentes. Consegue trazer uma realidade para a fantasia e explicar a magia sem tirar emoção. Mesmo com histórias e personagens adicionados, a essência transborda mágica. Agora é só esfregar a lâmpada e desejar um bom filme, que o desejo será atendido.

Filme: Aladdin

Lançamento: 23/05/2019

Companhia(s) produtora(s): Walt Disney Pictures

Diretor: Guy Ritchie

Roteiro: John August e Guy Ritchie

Produção: Dan Lin. Marc Platt (III)

Elenco: Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott, Marwan Kenzar, Navid Negahban, Nasim Pedrad, Billy Magnussen, Numan Acar

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