Quando foi anunciado um novo filme da franquia Predador, e que seria escrito e dirigido por Shane Black, logo, os fãs do personagem tiveram suas expectativas jogada nas alturas. Pois, vale lembrar que, o clássico longa de 1987, protagonizado pelo nosso querido Brucutu, Arnold Schwarzenegger, também teve como co-roteirista, uma colaboração não-creditada como “script doctor”, ajudando a reescrever partes do roteiro e atuando no filme o próprio Shane Black, como este novo filme poderia dar errado?
Então, Black, demonstra conhecer bem o personagem e de cara, no inicio do filme, uma das excelentes sequencias, isso já se evidencia com o estilo visual, que, propositalmente, já te remete ao filme clássico de 1987, com o clima de missão militar e a ação acontecendo em meio a uma floresta, pra te mostrar que, “estamos em casa”!
Mas, nem tudo pode se basear somente na nostalgia e se repetir, tem que se trazer algo novo para justificar o investimento e revitalizar a franquia, e isso acontece no decorrer entre o 1º e o 2º ato da história, apresentando novos personagens e possíveis novas vitimas do alienígena.
Isso não é necessariamente ruim, pois, é óbvio que, novas caras têm que surgir para agregar e trazer vida nova para a franquia, e isso acontece de uma forma surpreendentemente agradável, pois Shane Black, apresenta o que será “o novo” pelotão que enfrentara o bicho, de uma forma que te faz lembrar a velha equipe de brucutus militares em missão do 1º longa, mas, de uma maneira inicialmente inversa.
Pois ele apresenta um grupo de, ex- combatentes que formam um grupo que praticamente teria tudo pra dar errado, mas, por um objetivo em comum, e a situação, eles se juntam liderados por Quinn McKenna (Boyd Holbrook), se tornando realmente um, grupo coeso e preparado para enfrentar o Predador.
A equipe alia, é outro ponto forte do filme, pois os personagens apresentados e interpretados por, Thomas Jane, Keegan-Michael Key, Trevante Rhodes, Alfie Allen e Augusto Aguilera, tem carisma, e, entre piadas e diálogos rápidos e bem colocados, o grupo consegue demonstrar a camaradagem e começarem a criar elos entre si, e desta forma, conseguem fazer o público se importar com eles
Neste ponto para mim, o grupo consegue ter até mais carisma do que o nosso atual protagonista, McKenna, que, não é ruim, mas, fica ainda devendo alguém mais carismático que você acredite mais nele como um verdadeiro líder a seguir.
Continuando a falar em caras novas, a bióloga especialista Dr. Casey Brackett, vivida por Olivia Munn, acaba se demonstrando ser bem mais do que só uma simples cientista, que, devido a todas as habilidades além da ciência demonstradas pela personagem, chega a ser surreal e te obrigar a desligar o seu senso critico para deixar passar.
Outro ponto forte que Black soube explorar bem, foi o excelente uso da trilha sonora original, praticamente na integra, da lenda Alan Silvestri, que acompanha toda a ação e trama do novo longa, e que da aquela boa acalentada na nostalgia.
Porém, um dos pontos que mais pecam no filme, é a desconstrução do Predador como personagem. Por mais que Shane Black conheça bem e saiba bastante do personagem, no longa, ele acaba optando por um caminho que desconstrói a imagem de uma criatura que caça por esporte, é implacável ao escolhe a sua presa, e seus futuros troféus com critérios, e que vê o ser humano simplesmente como animais para sua diversão.
A tentativa poderia até ser criar uma nova linguagem para um futuro caminho na franquia, porém, para os fãs do personagem em sua essência, isso realmente soa descabido e sem propósito.
Os efeitos especiais são outra atração do longa, que mostram um Predador extremamente bem trabalhado visualmente e com uma composição em relação e interação com cenários e atores com uma qualidade sensacional, dando a criatura, realmente bastante desenvoltura e agilidade na caçada, proporcionando excelentes cenas e sequências de ação.
E para mostrar que este novo filme chega para acrescentar ao universo dos longas anteriores e consolidar tudo que vimos, várias referências e easter eggs estão lá para os fãs, referenciando os filmes de 87 e de 90, dentre outros, fique atento!
Mas, como o próprio Shane Black disse, antes de uma apresentação do filme durante o Festival de Toronto “O velho se torna novo”, e esta, é a versão do Predador do diretor.
No geral, O Predador, não chega a ser um filme ruim, porém, esta longe do que foram os seus precursores, e acaba no final, deixando você, fã da série e do personagem, com aquela sensação de um grande potencial, desperdiçando.
TRAILER
O Predador já está em cartaz nos cinemas, com direção de Shane Black e roteiro de Fred Dekker e do próprio Black.